Quantas pessoas você conhece que possuem o próprio negócio? E, dessas pessoas, quantas delas possuem sua marca ou software registrados no INPI e protegidos?
INPI
O INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) é o instituto responsável por proteger as invenções em território brasileiro, mas não é muito utilizado.
O cidadão muitas vezes não sabe da necessidade de proteger sua invenção, marca ou o software que desenvolveu por uma série de razões econômicas, culturais e históricas. Dessa forma, fica sujeito à cópia por terceiros. No Brasil, apenas 42% das startups usam os sistemas de PI.
O problema
Estudando o site do INPI, entendemos o porquê: a experiência poderia ser melhor. Havia muitas informações e pouco direcionamento prático. Assim, nosso time planejou uma landing page fácil e informativa, e segue nosso case detalhado abaixo.
Persona
Baseado em relatórios do INPI sobre startups e em pesquisa da equipe, criamos uma persona.
O Pedro Rocha tem 25 anos e é CEO de startup. Tem uma personalidade idealista, e pretende tornar sua startup em unicórnio, por meio da expansão. Também entende que a proteção das suas ideias e invenções é importante para a segurança e crescimento da empresa. Entretanto, ele é muito ocupado e não tem tempo para buscar as informações necessárias, não entende muito bem a linguagem jurídica e não consegue pagar as taxas de depósito e ainda pagar um escritório de patentes para fazer todo o acompanhamento. Como Pedro não sente clareza o suficiente nas informações dispersas pela internet, resolve deixar esse processo para outro momento.

Sendo o Pedro CEO de startup, ele possui alguns ganhos quando registra seus ativos, como diferencial competitivo, segurança jurídica, respaldo legal contra pirataria e pode usar o registro como publicidade benéfica. Pedro tem consciência de que registros de propriedade intelectual contam pontos para fontes de financiamento, crescimento a médio e longo prazo e inserção nas cadeias de valor. Porém, tem baixa familiaridade com o sistema de PI. Mas será que essas tarefas estão efetivamente claras nos meios de comunicação oficiais? Para responder a essa pergunta, fizemos a jornada do usuário.
Jornada do usuário
A Jornada do Usuário é uma representação gráfica das etapas de relacionamento do cliente com um produto ou serviço, que descreve os passos percorridos antes, durante e depois da compra e utilização. A jornada do nosso usuário foi dividida em etapas: Procura de como se faz o registro, descoberta das informações, tomada de decisão ao se inscrever e realizar pagamento, e a utilização durante o período de espera.

Entendendo a jornada, pudemos mapear com maiores detalhes a experiência que gostaríamos de oferecer ao usuário. Com isso, reunimos todas as ideias em um Canvas da proposta de valor.
Canvas da proposta de valor
O Canvas Proposta de Valor é uma ferramenta que surgiu para auxiliar na criação e posicionamento de produtos ou serviços em torno do que o cliente deseja e precisa.

A partir do canvas da proposta de valor, tínhamos clareza da sequência de tarefas que eram necessárias para que o usuário conseguisse registrar um ativo por conta própria, sendo elas:
Consultar ativos já registrados;
Pagar as taxas;
Descrever seu ativo;
Acompanhar a RPI.
Partindo do princípio de Pareto (80% do resultado com 20% do esforço), decidimos que a melhor forma de atingir nossos objetivos para um produto minimamente viável (MVP) — em apenas 3 dias, pois estávamos em um hackathon — seria uma landing page.
Por quê?
Atualmente (maio de 2021) o site do INPI se encontra como na figura acima. É possível ver que existem várias abas com informes sobre os diferentes tipos de ativos protegidos pelo INPI, bem como um menu repleto de opções. Entretanto, para um usuário que não está acostumado ao sistema e à propriedade intelectual, as inúmeras opções trazem mais confusão do que clareza.
O site também possui um chatbot que melhora a experiência e nos ajuda a caminhar pelas áreas de acordo com nossas dúvidas. Entretanto, o “Felinpi” (apelido do chatbot) apresenta alguns pontos de melhoria, por exemplo: Ao falar com ele que você quer uma registrar uma marca, ele te manda o link do guia de marcas. Só que o guia é enorme, e dificilmente uma pessoa atarefada vai ler esse material. Assim, uma landing page com resumos bem feitos da informação, botões que direcionem especificamente para uma ação e apresentação de conteúdos de forma leve poderia reverter essa desistência enfrentada pelos usuários do site.
Landing page

Como a landing page foi proposta para uma autarquia federal brasileira, o design system utilizado foi o governamental. Os textos foram escritos de forma a conterem de 7 a 10 palavras por linha, e no máximo 4 linhas por bloco, de forma a facilitar a leitura do usuário.
A arquitetura da informação foi pensada de forma a explicar sucintamente ao usuário o que é propriedade intelectual, a importância de proteger a sua ideia, o que pode ser protegido, como registrar e acompanhar o pedido, e, em caso de dúvidas, uma lista com os NITs (Núcleos de inovação tecnológica) de cada região para que o usuário possa entrar em contato.

Front-end
Nossa landing page era tecnicamente simples de ser feita, então só utilizamos linguagem front-end em sua concepção, sendo elas: HTML5, CSS e Javascript.
Mesmo assim, ela resolvia uma dor. Por isso, nossa equipe conseguiu ficar em décimo lugar (de 56 equipes) no desafio, nos garantindo uma vaga no programa de pré-aceleração do SEBRAE.
Gostaria de agradecer imensamente ao INPI pela incrível oportunidade, e ao meu grupo — Mariana e Diemerson — por não terem desistido do desafio e estarem dispostos a sair de sua zona de conforto em todas as etapas.